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Hugo Ferreira Mendes
 
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Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia
 
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Estratégia de Investigação e Inovação para a Especialização Inteligente (RIS3) - Relatório
 
27-07-2014
 
Muito boa tarde. O meu nome é Hugo Mendes, sou biólogo marinho pela Universidade dos Açores e mestre em Aquacultura pela Universidade de Barcelona. Participei em diversos projectos de investigação e especialização no ramo da aquacultura. Deste modo, o meu parecer está somente relacionado com o desenvolvimento desta actividade na Região Autónoma dos Açores (R.A.A.). Como é sabido, cerca de 2/3 do total de peixe consumido na união europeia é proveniente de importação. Deste modo, uma aposta forte na inovação e desenvolvimento da aquacultura, é um factor prioritário no novo pacote de fundos europeus, como medida rectificativa no ajuste desta balança comercial. Tal facto confirma a procura no mercado europeu e os futuros incentivos ao desenvolvimento desta actividade. Os Açores não podem continuar a ser uma excepção na Aquacultura. Em Portugal continental já se produzem diversos peixes (água doce e salgada), moluscos e crustáceos. Na ilha da Madeira, a produção de peixes de água salgada já se verifica desde 1996. Como referido nos documento: Relatório final - Anexo 6, página 10, o desenvolvimento da aquacultura na Região Autónoma dos Açores representa diversos constrangimentos, dada à geomorfologia dos nossos fundos marinhos e fortes correntes e ondulações. No entanto, como especialista em aquacultura, creio que o potencial da aquacultura nos Açores tem sido abordada num ponto de vista errado. Para suportar esta minha opinião, basta consultar a última legislação referente à aplicação dos fundos europeus em actividades de aquacultura na R.A.A.. Em primeiro lugar só seriam apoiados projectos desenvolvidos em água salgada, o que por si só, já constitui um estrangulamento. Em segundo, este quadro legal, tornou-se extremamente castrador para o desenvolvimento desta actividade pois só contemplava apoios para a produção de certas e determinadas espécies. Espécies essas, que nunca foram justificadas quanto ao seu valor económico e exequibilidade na sua produção. Dito isto, creio que a estratégia de Investigação e Inovação tem de ser mais abrangente e realmente direccionada para os recursos que apresentem ser uma mais valia ao serem produzidos nos Açores ao invés de outros lugares dentro do espaço comunitário europeu. Há que também ter em conta que o mercado açoriano é pequeno e com modestas capacidades de absorção. Assim, a estratégia para o desenvolvimento da aquacultura terá de passar pela produção de espécies que tenham valor e procura no mercado estrangeiro e que também, sejam passiveis de serem produzidas na região. Se mantivermos as mesmas linhas de orientação citadas na última legislação da Aquacultura dos Açores, ou seja por exemplo, produzir peixes de água salgada, passam a existir duas hipóteses: ou a produção do recurso no mar passa pela colocação de jaulas flutuantes ou submersíveis, onde a hipótese é rapidamente colocada de parte, face às agressivas condições climatéricas que caracteriza a R.A.A.; ou por outro lado, se colocarmos a hipótese de cultivar peixes em tanques em terra extraindo água do mar, os custos serão extremamente avultados. Desta forma, a produção deste tipo de recurso não é viável. Então se pensarmos que temos uma região abundante em recursos hídricos de água doce e que somos uma região de clima temperado, então a produção de peixes em água doce poderá ser uma solução. Não só pela abundancia de água potável mas também porque a temperatura amena favorece o crescimento de certas espécies, sem que haja gasto energético para o aquecimento e/ou arrefecimento da água do circuito. Este facto é extremamente relevante se tivermos em conta que países como Dinamarca e Suécia, produzem espécies de água doce com elevado valor de mercado. Nestes países fazem-se sentir temperaturas negativas e para que o crescimento do peixe não seja comprometido ao longo do seu ciclo de vida (à volta de ano e meio), tem de existir um tremendo gasto energético durante todo esse período. Ao cultivar essas mesmas espécies nos Açores, ao não ter que aquecer a água do circuito, seria uma tremenda vantagem competitiva. No entanto, não basta só escolher as espécies certas para desenvolver na região. Não existe uma actividade de aquacultura sem um bom centro de monotorização e investigação. Não só porque tem de haver um controlo de qualidade rigoroso mas também porque é necessário desenvolver e criar métodos mais competitivos onde se possa produzir maior quantidade de recurso, mais barato e mais rápido. Resumindo, os Açores dada à sua posição geográfica e condições climatéricas podem oferecer enorme competitividade na Aquacultura em relação a outros países europeus. Desta forma, este meu parecer vem no sentido de apelar para a urgência da criação de um bom centro de investigação de apoio às potenciais empresas de aquacultura, para para que de uma vez por todas se possa impulsionar esta actividade comercial na R.A.A.. Aproveito ainda para oferecer toda a minha disponibilidade para prestar quaisquer outros esclarecimentos sobre este tema. Agradeço profundamente a vossa atenção. Com os mais respeitosos cumprimentos, Hugo Ferreira Mendes


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